Prefeitura de São Paulo entra na Justiça contra Enel para restabelecimento imediato de energia
Goiânia, 15 de outubro de 2024 – A prefeitura de São Paulo acionou a Justiça para obrigar a Enel a restabelecer a energia elétrica em diversas áreas da cidade, após mais de 200 mil imóveis permanecerem sem luz desde o apagão da última sexta-feira (11). A ação foi movida nesta segunda-feira (14) na 2ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, e a prefeitura solicita que, em caso de descumprimento, a distribuidora seja multada em R$ 200 mil por dia.
De acordo com o boletim mais recente, divulgado nesta terça-feira (15), mais de 200 mil imóveis ainda estão sem energia na capital paulista e na região metropolitana. O apagão foi causado por uma combinação de vendavais e quedas de árvores, que afetaram a fiação elétrica em diversas áreas.
Impacto do evento climático e inércia da Enel
A prefeitura argumenta que a interrupção de energia foi resultado de um “evento climático extremo”, com ventos fortes que derrubaram 386 árvores, muitas delas próximas à rede elétrica. A administração municipal também criticou a Enel por sua falta de ação e atraso nos manejos preventivos, o que, segundo a prefeitura, agravou a interrupção no fornecimento de energia para mais de 1,6 milhão de pessoas inicialmente.
“Desde o vendaval, a população de São Paulo tem enfrentado transtornos semelhantes aos verificados em novembro de 2023 e janeiro deste ano”, destaca o documento. A prefeitura ressalta que, até a manhã de domingo (13), quase 48 horas após o evento, 900 mil pessoas ainda estavam sem luz.
Descumprimento do Plano de Podas
Na petição, a prefeitura denuncia que a Enel continua descumprindo o Plano Anual de Podas de 2023, além de não apresentar um Plano de Contingência adequado às particularidades de São Paulo. A administração municipal enfatiza que é crucial um plano que leve em consideração as árvores em contato com a rede elétrica e a alta probabilidade de eventos climáticos adversos entre outubro e março.
Prejuízos à população
A falta de energia tem gerado uma série de transtornos à população. A cozinheira Vania Teles relatou que precisou comprar em uma loja onde os produtos eram iluminados por lanterna. “Isso está sendo horrível. Apesar de a vendedora tentar ajudar, não conseguimos ver os produtos adequadamente”, disse.
Carolina Larissa da Silva, caixa de uma loja, contou que, apesar de estarem funcionando, o comércio perdeu clientes devido à impossibilidade de aceitar cartões de crédito durante o fim de semana. “Mesmo hoje, com o sistema funcionando parcialmente, o movimento está muito fraco”, lamentou.
O prejuízo também atingiu o restaurante de Elizeu Correia, que permanece sem energia desde sexta-feira. Ele estima perdas de cerca de R$ 15 mil, com alimentos e bebidas estragados e dias sem poder operar. “Mesmo que a luz volte agora, o prejuízo já foi imenso”, declarou.
Análise crítica
A ação judicial da prefeitura de São Paulo contra a Enel revela a gravidade da situação e a necessidade de uma resposta rápida para minimizar os impactos à população e ao comércio local. O evento climático extremo, combinado com a falta de uma resposta ágil da concessionária, evidencia a importância de um planejamento eficaz para evitar novas crises e garantir a segurança energética da capital paulista.